Scalabrinianas ampliam serviço de acolhida a imigrantes, na Itália

Rosinha Martins

O grande fluxo de migração, em especial da África subsaariana e da Albânia rumo à Itália nos últimos dez anos, levou a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas a abrir uma nova missão, desta vez, na Toscana. Atendendo ao apelo do bispo da diocese de Lucca, dom Ítalo Castellani, a nova comunidade missionária estará a serviço, especificamente dos menores estrangeiros não acompanhados, mas também, de meninos italianos necessitados de cuidados.

A Igreja de Lucca, que conta, também, com a ajuda do Estado, tem investido em imóveis, alimentação e pessoas voluntárias para atender, da melhor maneira possível, estes imigrantes que fogem da guerra, de situações de pobreza ou de perseguição religiosa em seus países.

Mas, segundo dom Ítalo, “falta a presença feminina, aquela da religiosa consagrada, com um carisma específico de ajuda aos imigrantes, que possa acolher, ouvir e estar de maneira permanente junto a estes estrangeiros, especificamente menores”.

elenaE foi durante a preparação para a beatificação da bem-aventurada Assunta Marchetti que dom Ítalo se sentiu inspirado a convidar as Scalabrinianas a abrir uma missão em Lucca, a qual teve início na tarde desta quarta-feira, 15 de março. A abertura oficial da missão acontecerá na próxima semana.

Elena Baroni, natural de Lucca, é educadora, voluntária da Casa Villaggio di Fanciullo desde 1992. Começou a trabalhar ainda como adolescente e hoje é casada com um marroquino que também se dedica à educação dos menores.

“A chegada das Irmãs para nós, é muito importante, porque o Villaggio esteve sempre ligado a obra da Igreja com os dois sacerdotes, padre Diomede, que está muito idoso e padre Enzo, que faleceu no ano passado. Nós temos necessidade de uma presença cotidiana que seja útil na educação dos meninos, seja como suporte espiritual. Por isso as esperamos com muita alegria”, afirma.

“Temos falado tanto sobre o futuro do Villaggio, uma vez que os nossos padres que aqui atuam há muitos anos, são já idosos. Trabalho como vice-diretor, a pedido do bispo, mas assumo também uma paróquia muito grande”, conta o padre Leonardo Della Nina.

Della Nina acrescentou que, pela primeira vez, o Villaggio terá a presença de religiosas, diferentemente da casa GVAI (Grupo Voluntários Acolhida aos Imigrantes), que contou com a presença de religiosas por um bom tempo. “Pensamos que seria maravilhoso se tivéssemos aqui uma Irmã que constitua, junto a nós, a alma desta casa. Para os meninos, como também para todos os que aqui trabalham, poderá ser uma presença materna”.

As Irmãs que assumem essa nova missão fazem parte da Província São José- Itália. A superiora provincial, Irmã Milva Caro falou sobre a importância deste novo trabalho. “Responder sim ao chamado do Bispo de Lucca é confiar na providência de Deus que nos chama a esta terra onde nasceu as nossas primeiras Irmãs. Para nós, é uma resposta ao nosso carisma e é com grande fé e esperança que iniciamos esta missão”.

Irmã Milva acrescenta que o trabalho teve início com duas Irmãs, mas a comunidade comporta quatro missionárias. “As portas estão abertas e tem trabalho”.

melossiO presidente da fundação Villaggio di Fanciullo, Alessandro Melossi, confirma a necessidade de uma presença mais constante na casa e de maneira específica, aquela da presença feminina consagrada. “Estamos muito felizes com a vinda das Irmãs Scalabrinianas porque elas poderão trazer o carisma, a feminilidade e o amor que é uma coisa belíssima”.

Mellossi se demonstra agradecido ao bispo que teve a ideia de convidar as Scalabrinianas. “Conhecemos Irmã Adriana, que atuará no Villaggio, e tivemos uma grandíssima impressão e estima e estamos seguros que poderá corrigir aqueles pequenos defeitos tivemos pela falta, por alguns anos, de uma pessoa que esteja aqui e que seja testemunho”.

Uma celebração de abertura oficial da missão deve acontecer no próximo final de semana, na Catedral de Lucca.

Fonte: www.mscs.org.br

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