Representantes da CNBB e das POM encerram visita em Moçambique

por Victória Holzbach *

“Nesses dias fiz a experiência de ver, ouvir e sentir como a alegria do Evangelho está bem firmada no coração desse povo”. O relato de dom Esmeraldo Barreto de Farias ajuda a definir as vivências dos 15 dias em Moçambique. Acompanhado pelo padre Maurício da Silva Jardim, diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias, o bispo experimentou na prática a alegria e o testemunho dos missionários e dos cristãos do norte do país.

Celebração na paróquia de Larde

Dom Esmeraldo é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e, nas últimas duas semanas, encontrou cerca de 40 missionários e missionárias brasileiros que estão em missão ad gentes em Moçambique. Além da equipe do Regional Sul 3, que atua em Moma, dom Esmeraldo e padre Maurício estiveram com missionários de diversas localidades da diocese de Pemba e da arquidiocese de Nampula.

Para o bispo, umas das marcas deste tempo foi perceber a grande capacidade de superação dos moçambicanos. “Pude ver bem de perto a situação em que vive esse povo, marcada pelos sofrimentos em relação à saúde, educação, transportes, desmatamento realizado de modo predatório, falta de energia elétrica e de outras necessidades básicas”, Chegada e acolhida em Momaaponta. Apesar disso, dom Esmeraldo constata uma das grandes alegrias para os missionários no local. “Estas dificuldades não têm diminuído o entusiasmo do povo cristão, que compreende uma porcentagem muito pequena da população. É bem visível, como durante duas ou três horas, sentadas no chão, as mais de 500 pessoas, manifestam sua fé em Jesus Cristo através do conjunto de sua cultura: ritmo, música, dança, atenção, silêncio, sede da Palavra de Deus, partilha da mesma Palavra e oferendas que trazem”, destaca.

Um dos pontos muito reforçados por dom Esmeraldo e padre Maurício aos missionários é o elemento da missão como serviço e anúncio de Deus, respeitando a cultura e os processos de cada um. Neste sentido, eles comentam que, nas celebrações, os cantos entoados na língua nativa, o macua, assim como a Palavra de Deus, as Dom Esmeraldo e Padre Maurício com a equipe missionária de Momapreces e todo o rito eucarístico, são um sinal bem eloquente de que o trabalho de evangelização missionária no local sabe respeitar a cultura do povo e nela encontra muitos sinais da presença de Deus.

A visita, que aconteceu desde o dia 3 de outubro e terminou nesta quarta-feira, 18, proporcionou, além dos encontros com os missionários, reuniões com o bispo diocesano de Pemba e o arcebispo de Nampula, visitas aos seminários diocesanos e celebrações nas paróquias de Larde e Micane, atendidas pela equipe missionária do Sul 3. Para o padre Atílio Zatycko, que integra o grupo, a presença dos dois trouxe para a missão verdadeiros dias de bênçãos. “Os gestos e as atitudes simples de dom Esmeraldo e do padre Maurício foram as mensagens que mais marcaram a todos”, ressalta o sacerdote.

* Victória Holzbach é jornalista e missionária em Moma, Moçambique.

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