Povo Karitiana (RO) pede que STF faça valer os preceitos constitucionais

A associação indígena Akot Pytin Adnipa do povo Karitiana, em Rondônia, endereçou uma carta a ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). No texto pedem que o STF “faça valer os preceitos constitucionais” que a casa “tem dever moral e ético de salvaguardar, no caso, os artigos 231 e 232 da constituição”. Os citados artigos correspondem ao direito dos povos indígenas e reconhece a organização social, cultural e o direito originário sobre as terras tradicionalmente ocupadas, atribuindo a União o dever de demarcá-las.

A nota repudia o Parecer 01/2017 da Advocacia-Geral da União (AGU), que obriga a administração pública federal a aplicar, a todas as Terras Indígenas do país, condicionantes STF estabeleceu, em 2009, quando reconheceu a constitucionalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Juristas e organizações desprezaram o material em nota. Dalmo de Abreu Dallari, jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em artigo divulgado no mesmo dia do parecer, afirmou que o material “não atende aos requisitos legais para ser vinculante, ou seja, para ser legalmente obrigatório”.

A carta do povo Karitiana, que também foi direcionado ao presidente Michel Temer e a 6ª Câmara do MPF, responsável pela temática das populações indígenas e comunidades tradicionais, aponta a inconsticionalidade do parecer. “A Constituição Federal de 1988 nos garante o direito às terras de ocupação tradicional; neste sentido, a portaria 303/2012 e parecer 001/2017 são inconstitucionais”.

“[O parecer] fere tanto a nossa dignidade quanto nossa autonomia de ir e vir, de viver livremente em nossos territórios, criando insegurança jurídica para Terras Indígenas já demarcadas, homologadas e em processo de demarcação”.

A associação indígena denuncia, ainda, a má intencionalidade das medidas tomadas pelo governo de Michel Temer. Afirmam que essas são “modos de atender interesses de grupos econômicos” e que não correspondem a legitimidade dos procedimentos de demarcações das Terras Indígenas. “Diante do exposto, manifestamos nosso repudio ao governo federal, por tal ação e por desrespeitar a Constituição Federal de 1988, para beneficiar os grupos econômicos, bancada ruralista e em proveito próprio”, redige a carta.

A carta assinada pelas lideranças da associação foi protocolada na tarde de hoje (02) junto ao Supremo Tribunal Federal, a 6ª Câmara do Ministério Público Federal e na presidência da República.

Leia a carta da associação indígena Akot Pytin Adnipa do povo Karitiana (RO) aqui

Fonte: Cimi

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

slot online situs slot gacor slot online slot gacor slot gacor situs judi slot gacor situs judi slot online situs judi toto slot gacor slot gacor judi slot slot online slot online judi slot slot gacor situs slot slot gacor 2022 slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor situs slot gacor slot gacor https://cedu.uninorte.edu.co/wp-includes/ https://web.ics.purdue.edu/~asub/wp-includes http://blog.iconect.pctguama.org.br/ https://votoinformado.unam.mx/wp-includes https://epay.guaynabocity.gov.pr/epay/wp-includes https://reclamos.sistemasmlh.gob.ar/css/ slot pulsa slot deposit pulsa http://statconfig.sci.unhas.ac.id/assets/nexus-slot http://icob.sci.unhas.ac.id/nexus-slot/ https://www.aris.sc.gov.br/frontend/web/images/ https://aptta.org.ar/wp-includes/ https://icvb.org.tr/wp-includes https://filba.org.ar/images/ https://apps.santaisabel.sp.gov.br/ https://santaisabel.sp.gov.br/esd/ https://tzg.ttf.unizg.hr/wp-includes/ https://iif.edu/images https://mannaandbaby.or.jp/wp-content/uploads/slot-gacor/ toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor