Pauline e o milagre

Por Fabrício Preto*

“O coração dela parou nos meus braços”. Essa foi a dramática situação vivida por Emmanuel, pai da pequena Mayline, quando a menina tinha apenas três anos de idade e veio a sofrer inúmeras paradas cardíacas em decorrência de uma asfixia. Tempos depois, com um diagnóstico médico de uma morte iminente, a jovem Mayline recebeu a cura milagrosa reconhecida pela Igreja após as orações da comunidade de Lyon, na França, em novena à Pauline Jaricot.

A dor dos pais
Durante os dias de dor ao ver a filha no hospital, sem reagir aos estímulos, Emmanuel relata o sofrimento vivido junto à sua esposa Nathalie: “É a dor mais violenta que Nathalie e eu sentimos. É como se estivéssemos sendo esvaziados por dentro e nada tivesse mais significado ou sabor. Fomos informados de que a condição neurológica de Mayline era irreversível e sua morte iminente”, continua o pai. Nos dias seguintes, as consultas médicas se multiplicam, mas o resultado parece inevitável: a situação em que se encontra Mayline é desesperadora. “Depois de fazer uma ressonância magnética, os médicos nos disseram que, se ela não morresse agora, ela morreria nas próximas semanas”.

No entanto, a esperança ressurge. Mayline abre os olhos nos dias seguintes ao acidente. “Mas percebemos que ela não estava mais lá, como se alguém tivesse apagado a luz”, lembra Emmanuel. Nenhuma palavra é forte o suficiente para descrever esse sentimento de “ser esvaziado de tudo, de não sentir nada”, continua o pai.

A oração da comunidade
Cerca de quinze dias após o acidente, os pais dos alunos da escola de Mayline decidiram lançar uma novena à venerável Pauline Jaricot. A diocese de Lyon, comemorava o 150º aniversário do nascimento da venerável Pauline Jaricot, que deu a conhecer a seus contemporâneos a importância da missão da Igreja no mundo. A novena termina em 23 de junho. Naquele momento, Mayline está em coma, com assistência respiratória e alimentação artificial, com um tratamento de estimulação do coração que a levou a uma embolia pulmonar, com fortes convulsões. Os médicos, então, decidem interromper o tratamento. Mas os pais da menina querem que Mayline continue a ser alimentada artificialmente.

O milagre
No início de julho, Mayline é transferida para Nice. Seu pai acaba de mudar de emprego; a família se muda também. Antes da transferência, porém, a jovem recebe o sacramento da unção dos enfermos “para que possa ser recebida por Deus, da melhor maneira possível”, afirma o pai. Embora ela esteja em estado vegetativo, com forte deterioração de seu estado cerebral, a menina não desiste de viver.

Mas, uma vez em Nice, quando a veem novamente, seus pais sentem que algo mudou. “Estávamos procurando um caixão para Mayline, depois do que os médicos nos disseram”, explica Emmanuel. “Mas, vendo-a novamente no hospital de Nice, tivemos a impressão de que havia algo diferente, como se ela estivesse voltando à vida”.
Os médicos de Nice estão pessimistas, a princípio, embora reconheçam diante dos pais que a condição de Mayline tinha mudado. Descartam o diagnóstico vital; eles preveem uma vida em estado vegetativo para a jovem. Mas ela surpreende a todos e volta à vida. Semana após semana, ela se recupera e, finalmente está de boa saúde para surpresa da equipe médica. “Os médicos nunca foram capazes de nos explicar o que estava acontecendo”, explica o pai de Mayline. No final de 2012, Mayline pode ser liberada do hospital quando se aproximavam as férias de Natal.

O inquérito de cura
Com Mayline sã e salva, seus pais estão convencidos da intervenção da venerável Pauline Jaricot em favor da cura de sua filha. “Hoje, rezo diariamente a Deus, a Maria e a Pauline Jaricot. Em minhas orações, não peço mais nada, apenas agradeço e rendo graças”, afirma o pai de Mayline.
Esse maravilhoso acontecimento foi examinado durante uma investigação diocesana, em 2019, antes de ser remetido à Congregação para as Causas dos Santos. Seu conselho médico reconheceu o milagre da cura como um fato inexplicável. A comissão teológica, por sua vez, atestou a intervenção da venerável Pauline Jaricot na cura.

Fonte: Aleteia

* Jornalista – Assessor de Imprensa das POM

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