Missão ad gentes no processo formativo dos seminaristas: um horizonte que não deve ter fronteiras

Nesta quinta-feira (14) os participantes do 4º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (4COMINSE) debateram sobre a missão ad gentes no processo formativo dos futuros presbíteros do Brasil. A conferência realizada por D. Luiz Fernando Lisboa, CP, bispo da diocese de Cachoeiro de Itapemirim/ES, levou os seminaristas a refletirem e questionarem sobre os diversos desafios encontrados nos Seminários para atender ao apelo missionário realizado pela Igreja na perspectiva de um horizonte sem fronteiras. O congresso que está sendo realizado em João Pessoa/PB segue até o próximo domingo (17).

D. Luiz Fernando Lisboa lembrou que a missão ad gentes era um sonho que lhe acompanhava desde a juventude, no início de sua formação. Sonho realizado em 2001 quando, depois de enfrentar muita resistência dos seus superiores, foi enviado como missionário à Diocese de Pemba, em Moçambique, onde passou quase 20 anos, dentre eles 8 anos como bispo. A experiência em terras africanas foi marcada por inúmeros desafios, inclusive conflitos armados onde cristãos eram atacados por grupos terroristas.

O conferencista destacou também o contraste que ainda existe em algumas realidades da Igreja no Brasil. Enquanto muitas dioceses possuem um elevado número de sacerdotes, outros locais sofrem pela ausência de padres e missionários católicos. De acordo com o bispo, esta realidade decorre da dificuldade em se compreender a universalidade da missão. Apesar de um padre pertencer a uma diocese ou instituição religiosa ele deve ter em mente que pertence antes à Igreja universal e deve estar atento e aberto ao apelo missionário ad gentes.
D. Luiz alertou que mesmo as dioceses que possuem poucos sacerdotes não devem ter medo de enviá-los em missão e citou a carta apostólica Maximum Illud, de Bento XV: “No lugar de um missionário que deixareis partir, Deus suscitará mais sacerdotes que serão muito úteis à vossa diocese”.

Para o seminarista da Arquidiocese de Campo Grande/MS, Ronaldo de Oliveira Corim, as palavras do bispo serviram de grande estímulo para enfrentar eventuais desafios que surgem durante a formação: “A conferência de hoje e o testemunho de D. Luiz Fernando, sua insistente ousadia de lutar para realizar o chamado que ele acreditava firmemente que Deus estava lhe fazendo, me ensina que não devemos ter medo de desgastar nossa vida em missão, já que é para isso que somos chamados. O povo de Deus precisa de nossa coragem e ousadia!”.

Painel temático
Durante o terceiro painel temático do Congresso, o Pe. Zenildo Lima instigou os seminaristas a aprofundarem a reflexão sobre as dificuldades que as casas formativas enfrentam para incrementar a dimensão ad gentes na formação missionária dos seminaristas. Na opinião do padre, os seminários talvez sejam as realidades mais fronteirizadas das dioceses do Brasil, o que dificulta a formação de presbíteros que exerçam o ministério sem pensar exclusivamente na sua estruturação local, mas acolha a proposta itinerante da atividade missionária da Igreja.

“A natureza da identidade cristã nasce de um mandato missionário que é itinerante. Ide e fazei discípulos todos os povos (Mt 28,19). A proposta não é de uma estruturação local, mas sim uma provocação itinerante. Porém, tem como desdobramento uma estruturação local. Os ministérios na Igreja têm muito a ver com essa estruturação local. Mas pode ser uma armadilha pensar nesse ministério apenas nesta estrutura”, destacou em sua fala Pe. Zenildo.

O Padre Rubinei Valente Coelho lembrou que a missão deve brotar sempre do coração, com ousadia: “Quando se sabe o que quer, não se desiste e o desejo de Deus é que a missão permaneça. O que Jesus pede de nós, Ele mesmo vivenciou antes”.

Experiências missionárias
Os seminaristas Geneilson Bezerra da Silva e Pablo Gabriel partilharam a experiência missionária realizada em conjunto pela Arquidiocese de Teresina e a Diocese de Parintins, em 2020. O projeto intitulado “Do coração do Piauí ao coração da Amazônia” fez parte das ações do Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE), com objetivo de despertar o espírito missionário.

O seminarista piauiense relatou a acolhida que recebeu no Amazonas e os desafios que viveu durante a missão. Para os seminaristas, percorrer as várias comunidades visitadas durante a atividade missionária foi uma oportunidade de rico aprendizado, através do contato com o povo e com a cultura.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

slot online situs slot gacor slot online slot gacor slot gacor situs judi slot gacor situs judi slot online situs judi toto slot gacor slot gacor judi slot slot online slot online judi slot slot gacor situs slot slot gacor 2022 slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor slot gacor situs slot gacor slot gacor https://cedu.uninorte.edu.co/wp-includes/ https://web.ics.purdue.edu/~asub/wp-includes http://blog.iconect.pctguama.org.br/ https://votoinformado.unam.mx/wp-includes https://epay.guaynabocity.gov.pr/epay/wp-includes https://reclamos.sistemasmlh.gob.ar/css/ slot pulsa slot deposit pulsa http://statconfig.sci.unhas.ac.id/assets/nexus-slot http://icob.sci.unhas.ac.id/nexus-slot/ https://www.aris.sc.gov.br/frontend/web/images/ https://aptta.org.ar/wp-includes/ https://icvb.org.tr/wp-includes https://filba.org.ar/images/ https://apps.santaisabel.sp.gov.br/ https://santaisabel.sp.gov.br/esd/ https://tzg.ttf.unizg.hr/wp-includes/ https://iif.edu/images https://mannaandbaby.or.jp/wp-content/uploads/slot-gacor/ toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor toto slot gacor