Entrevista: Magistério do Papa desperta a consciência missionária da Igreja

Dom Maurício da Silva Jardim, bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT), destacou o termo “Igreja em saída”, muito utilizado pelo Pontífice nesta primeira década de seu pontificado.

“O Papa Francisco impulsionou e abriu processos novos no despertar da consciência missionária”. É o que afirmou o ex-coordenador americano das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e ex-diretor nacional, hoje bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT), Dom Maurício da Silva Jardim, em entrevista para o noticias.cancaonova.com, por ocasião da celebração dos 10 anos de pontificado do Santo Padre.

O bispo, próximo da realidade missionária da Igreja no Brasil e na América, destacou o termo “Igreja em saída” – muito utilizado pelo Pontífice nesta primeira década de seu papado, além de citar exemplos concretos de ações inspiradas pelo impulso missionário de Francisco.

Leia a entrevista na íntegra:

“A Igreja em saída”, termo utilizado pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium, é uma marca de seu pontificado. O que é este conceito e como ele está ligado à missionarieade?

Dom Maurício da Silva Jardim: No coração do projeto de Pontificado do Papa Francisco está a missionariedade entendida como paradigma, eixo integrador de todas as comunidades, pastorais, movimentos, novas comunidades e serviços. A Igreja é missão e não se reduz em atividades ou em uma dimensão. A Igreja existe para a missão, está no seu DNA e na sua natureza ser missionária, resumida na expressão do Papa, ser uma “Igreja em saída”.

Na opinião do senhor, nestes 10 anos após o início do papado de Francisco, a missão da Igreja Católica foi renovada a partir do pedido do Pontífice por uma “Igreja em saída”? Quais impulsos missionários puderam ser notados ao longo desses anos?

Dom Maurício da Silva Jardim: Creio numa continuidade dos Papas que antecederam Francisco nesta insistência de que a Igreja existe para evangelizar – esta é a sua identidade. Não há ruptura no magistério do Papa Francisco com os outro Papas, e sim um novo impulso. Ele como cardeal arcebispo na Argentina bebeu da fonte do Documento de Aparecida. Sendo secretário nesta Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe, levou para a Igreja Católica, no âmbito universal, a proposta de Aparecida de uma Igreja em estado permanente de missão.

Sem dúvidas, o Papa Francisco impulsionou e abriu processos novos no despertar da consciência missionária. Tudo isto gerou muitas publicações e ações concretas de experiências missionárias de cristãos e leigas, seminaristas, membros da vida consagrada, bispos, padres e diáconos. Cito aqui no Brasil o exemplo do crescimento dos Conselhos Missionários de Seminaristas (COMISEs) que têm contribuído com a reflexão e ações missionárias concretas nas periferias de nosso país.

Francisco disse certa vez: “(…) prefiro uma Igreja acidentada, ferida, enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa em um emaranhado de obsessões e procedimentos”. Poderia comentar esta fala do Santo Padre?

Dom Maurício da Silva Jardim: A Igreja quando sai pode se ferir e se sujar, mas uma Igreja parada, adoece. A Igreja é movimento, é chamada sempre a desinstalar-se, sair da frente do espelho e olhar mais para a janela.

A primeira saída é de nós mesmos. Precisamos ter a coragem de romper com nosso individualismo e ir em direção às pessoas, se fazer próximo dos que mais sofrem e necessitam da luz do Evangelho. Ir às periferias portando a boa notícia do Evangelho.

Quem evangeliza, se evangeliza. Eu tive a graça de experimentar uma permanente conversão como missionário/padre em Moçambique, no continente africano, nas paróquias em que trabalhei na Arquidiocese de Porto Alegre (RS), na direção das POM e, hoje, como bispo em Rondonópolis-Guiratinga (MT).

Como o termo “Igreja em saída” está intimamente ligado às POM?

Dom Maurício da Silva Jardim: As POM existem para despertar a consciência missionária universal. É uma rede de oração e solidariedade vinculada ao Dicastério da Evangelização. São obras do Papa e estão a serviço das arquidioceses, dioceses e prelazias. Atuam com crianças e adolescentes (IAM), juventudes, famílias, idosos e enfermos. Além da formação com cristãos leigos e leigas, seminaristas e ministros ordenados. No Brasil desde 1972, no mês de outubro, as POM articulam a Campanha Missionária junto com o Conselho Missionário Nacional.

Todas estas ações das POM servem para recordar à Igreja sua natureza missionária orientada para a missão Ad/Inter Gentes, ou seja, a missão universal, sem fronteiras. Neste ano teremos o Congresso Missionário Nacional de 10 a 15 de novembro na Arquidiocese de Manaus com o tema “Ide! Da Igreja local até os confins do mundo”.

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