Profetismo e missão foi o tema da quarta conferência do 5º Congresso Americano Missionário (CAM 5), proferida na manhã desta sexta-feira, 13, pelo arcebispo de Tunja (Colômbia), Dom Luis Augusto Castro Quiroga. Servindo-se de várias pequenas histórias, muito apreciadas pelos mais de 2500 delegados do Congresso, o arcebispo definiu o que é um profeta e qual a tarefa do profetismo.
Segundo dom Quiroga, profetismo é a luta contra a idolatria que se manifesta nos rivais de Deus e na manipulação de Deus. “Os rivais de Deus são realidades mundanas, mas absolutizadas, que havia no tempo dos profetas, quando até mesmo o rei se declarava deus. Elas existem também hoje, como se pode constatar vendo qualquer noticiário e, por serem contrárias ao Deus vivo, é necessário evangelizá-las. Por isso, o profetismo é extremamente necessário”, explicou o arcebispo.
De acordo com o conferencista, esta realidade hoje se identifica com o poder absolutizado “que se expressa com frequência nos regimes assassinos”, com o ter absolutizado “que tem exemplos como o capitalismo selvagem, o narcotráfico internacional e o tráfico internacional de seres humanos e de armas”. Citou, ainda, a raça absolutizada “como o nazismo, o racismo, a limpeza étnica”.
O arcebispo destacou o profeta como homem da palavra e que, antes de profeta, ele precisa ser discípulo. “A quem Deus dá a missão do profetismo, dá também as capacidades para desempenhá-la. Desde o momento de sua vocação até o fim de sua atividade, os profetas estão condicionados pela palavra. O profetismo é, antes de tudo, dedicação à Palavra de Deus”, sublinhou dom Quiroga.
Ao destacar a missão do profeta, o arcebispo disse que a vocação ao profetismo não é cargo honorífico e, por isso, não pode ser apagada pelo desejo de não se comprometer. “A missão nasce do coração de Deus. Não existem duas missões, mas uma só, e esta é de Deus”, disse. O missionário deve ser alguém “com fogo no coração, palavras nos lábios e profecia no olhar”, concluiu citando o papa Paulo VI.