A Igreja que sai de si enriquece e se enriquece

Padre Badacer Neto é da diocese de Itabuna na Bahia. Ele esteve três anos, em Moçambique através do Projeto Igrejas-irmãs do Rio Grande do Sul, que existe há mais de 20 anos. Hoje, padre Badacer trabalha em Brasília (DF) como secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e partilha sua experiência na missão além-fronteiras.

“Desde seminarista fui cultivando este sonho de fazer missão além-fronteiras, colaborando com a missão de Deus”, relata o padre a um grupo de missionários estrangeiros que visitou a sede das POM.

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Irmã Marceline perguntou se na sua diocese tem muitos padres.
“Em minha Diocese faltam padres, mas aprendi de Cristo, que sempre podemos partilhar, ainda que sejamos poucos. Diante da fome da multidão, Jesus também disse aos discípulos: dai-lhe vós mesmos de comer (Mt 14,16). Só tinham cinco pães e dois peixes. A Igreja que ajuda é ajudada”, concluiu padre Badacer.

“Como foi a sua missão em Moçambique”? Indagou padre Maurício.
“Eu não conhecia ninguém. Fui recebido pelo padre Rodrigo Schüler e a jovem leiga missionária, Daniela Gamarra que me acolheram e me conduziram à Vila de Moma, que fica quase 200 km, no interior. No caminho, chamava-me à atenção as pessoas idosas, adultos, crianças, mulheres com baldes de água, saco de mandioca, etc. Na arquidiocese de Nampula, ajudamos em duas paróquias atendendo mais de 150 comunidades”.

Assista ao DVD da Campanha Missionária, 4º Dia.
Conheça também o testemunho da leiga missionária Daniela Gamarra. O que chama à atenção?

Padre Clemente perguntou se em Moçambique há formação para os cristãos?
“Sim. Eles caminham muitos quilômetros para chegar ao Centro de Pastoral. Os que recebem formação, são depois, os multiplicadores em suas comunidades”.

O seminarista Romuald quis saber se há missa em todas as comunidades.
“A missa não é celebrada em todas as comunidades. Tem comunidades que passam quase um ano sem Eucaristia, mas elas têm a Celebração da Palavra, que se torna o centro. A catequese não é só para as crianças, mas sobretudo para os adultos”.

Padre Ramech pediu para que padre Badacer deixasse uma mensagem.
“Posso dizer que a missão em Moçambique me enriqueceu muito. Tive alegrias, tristezas, celebrações, partilha de vida com os irmãos e irmãs. Isso alargou meu coração. Por isso, digo: não tenham medo de dar também o vosso sim com alegria, não querendo saber quanto vão ganhar, mas em que podem ajudar. Há mais alegria em dar do que em receber. Diante da fome da multidão Jesus pede que cada um dê de sua pobreza. O resultado? Sobraram 12 cestos cheios. É assim: a Igreja que sai de si enriquece e se enriquece.

A cooperação missionária promove a participação na missão universal. Esta participação se realiza de três formas: 1) pela oração, sacrifício e testemunho de vida, que acompanham os passos dos missionários e das missionárias, mundo afora; 2) por meio da ajuda material dos projetos missionários; e principalmente, 3) colocando-se à disposição para servir na missão ad gentes. Sem missionários e missionárias não há missão.
Compromisso
A Igreja que sai de si enriquece e se enriquece. Qual é o gesto concreto que vamos assumir para ajudar a nossa Igreja em sua missão além-fronteiras?

Oração do Mês Missionários
Deus de misericórdia,
que enviaste o Teu Filho Jesus Cristo
e nos sustentas com a força do Espírito Santo,
ensina-nos a caminhar juntos
e, a exemplo de Maria, nossa Mãe Aparecida,
na celebração dos 300 anos do encontro da imagem,
sejamos, em toda a parte,
testemunhas proféticas da alegria do Evangelho
para uma Igreja em saída. Amém.

Extrato do livrinho da Novena Missionária 2017

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