Comunidade Missionária Villaregia abre nova missão em Burquina Faso

A nova frente de trabalho da Comunidade Missionária de Villaregia (CMV) em Burquina Faso, nome que significa “País dos homens íntegros”, na África, iniciou na periferia ao sul de Uagadugu, um território com cerca de 75.000 habitantes. A comunidade é composta pelos padres Ludovic Tougouma e Martin Ouedraogo, originários de Burquina, e as missionárias Annalisa Sanna e Laure Flavienne Dadié. Nos próximos meses outros membros da CMV se unirão aos quatro missionários.

celebraO primeiro passo dos missionários será conhecer as pessoas, a história e os problemas mais urgentes do local. Uma atenção particular será dada para descobrir as tradições, as leis, a língua e o contexto da Igreja local. Será importante o contato com as instituições locais como também o diálogo com a pessoas e com o arcebispo, o cardeal Philippe Ouedraogo.

O país faz fronteiras a oeste e a norte com o Mali, a leste com Níger, e a sul com Benim, Togo, Gana e Costa do Marfim. A etnia Mossi é um dos grupos étnicos mais numerosos de Burquina Faso somando 40% da população (6.2 milhões de pessoas). Os outros 60% são compostos por mais de 60 grupos étnicos diferentes. A educação é obrigatória para as crianças de 6 a 14 anos, que são 26% da população. Infelizmente a taxa de alfabetização é baixa: 28,5%. O analfabetismo e as suas consequências são terra fértil para a pobreza.

Publicamos uma entrevista com Annalisa Sanna e Laure Flavienne Dadié concedida ao site da CVR antes de viajarem para a nova missão.

Com quais sentimentos partem para esta nova missão?
Annalisa: A diocese local nos confiou esta missão. Vamos procurar conhecer as pessoas, os cristãos que vivem lá e os seus desejos, para irmaorganizar as atividades pastorais e aquilo que for mais prioritário. Estou serena e confiante porque parto em nome da CMV e de Deus, feliz com o desejo de viver a fraternidade como testemunho com os meus três irmãos africanos. O nosso maior desejo é de nos colocar em escuta profunda dos irmãos da comunidade, das pessoas do local, acolher a diversidade e as diferenças de cultura e de pensamentos. O apoio manifestado por toda a comunidade, dos amidos e conhecidos será fundamental para nós.

Laure: Estou muito feliz. Para mim esta é a minha primeira experiência de missão fora do meu país. Descobrirei novas realidades, encontrarei novos irmãos e procurarei conhecer a experiência de fé deste povo. Sou grata a Deus por este Seu chamado… esta experiência a nós confiada é sinal de grande confiança por parte da CMV e de Deus. Para nós será uma grande responsabilidade.

Já esteve em Burquina Faso?
Annalisa: Estive lá em novembro de 2016, na primeira missa do padre Ludovic, que nasceu neste país, e visitei os locais onde se instalará a nova missão. Visitamos algumas cidades e descobrimos um cenário totalmente diferente da vizinha Costa do Marfim: a natureza é diferente, a savana ocupa boa parte do território, a vegetação é mais escassa, a terra é vermelha e há pouco verde. Também as pessoas que gounghin_3encontramos são diferentes: os habitantes são mais tímidos, manifestam a alegria de forma mais contida. Vimos em muitos uma fé cristã bem enraizada e convicta. Padre Ludovic e padre Martin são de Burquina e para eles pode parecer um retorno à pátria, na realidade são chamados a conhecer novamente este povo. Será certamente uma riqueza a receber e a compartilhar.

Como se posicionará nos encontros com as pessoas?
Annalisa: Certamente não pensamos ir e fazermos tudo… a missão é uma troca, um relacionamento de fraternidade, um enriquecimento recíproco, não é uma ação de caridade de um rico que doa a quem é pobre. Receberemos tanto deste povo ao qual fomos enviados! Partimos com o desejo de caminhar lado a lado com as pessoas como uma única família, enfrentar os problemas juntos e encontrar as soluções, evangelizar juntos e trabalhar pelo desenvolvimento integral da população. Os burquineses são um povo de grandíssimas potencialidades
.
Como imaginam a acolhida e a primeira etapa da missão ?
Annalisa: A acolhida durante a minha primeira viagem foi muito calorosa. Quando as pessoas souberam da chegada dos missionários, se encontraram para festejar juntos antes mesmo da nossa chegada. Nos primeiros dias de visita em novembro nos acompanharam em todos os lugares para nos apresentar seu território. Eram de verdade muito disponíveis.

Laure: Os burquineses participam ativamente da vida da sociedade. Temos que aprender muito com eles e caminhar como uma família. Todos tem seus dons a doar e é no encontro entre diferentes que se constrói o reino de Deus.

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Quais são as urgências?
Annalisa: Em nossa bagagem só levamos o essencial, começaremos com pouco… não temos uma casa e, para a primeira etapa, nos hospedaremos com os jesuítas e em uma paróquia vizinha.

Laure: Certamente contamos com o apoio espiritual dos amigos e conhecidos: a oração, o afeto, a amizade, serão importantes para nos sustentar nesta primeira etapa. Claro, precisaremos também de bens materiais. Vamos procurara uma casa para alugar, prover os móveis, os utensílios, tudo que é preciso para viver; mais adiante deveremos procurar um terreno onde aos poucos construir as várias estruturas para servir às pessoas. Para o transporte e para levar adiante as várias atividades teremos que contar com os meios de transporte que nos permitirão percorrer as distâncias da nossa missão e alcançar a todas as regiões.

Histórico
A Comunidade Missionária de Villaregia (CMV) foi fundada em 1981 por padre Luigi Prandin e Maria Luigia Corona com um grupo de jovens, desejosos de doarem-se a Deus na evangelização, vivendo uma experiência de vida comunitária aberta à missão.
Presenças: Europa, 7 Comunidades: Quartu Sant’Elena (CA), Villaregia (RO), Nola (NA), Pordenone, Roma, Lonato (BS) e Imola (BO); América, 5 Comunidades: Belo Horizonte e São Paulo (Brasil), Lima (Peru), Arecibo (Porto Rico) e Texcoco (México); África, 3 comunidades: Yopougon (Costa do Marfim), Maputo (Moçambique) e Uagadugu (Burquina Faso).

Fonte: www.cmv.it

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